Os 10 principais motivos por trás de transações de M&A

Os 10 principais motivos por trás de transações de M&A

Quando se pensa em Fusões e Aquisições (M&A), é natural surgir a pergunta: o que leva uma empresa a comprar outra? As motivações podem variar amplamente, mas todas compartilham um objetivo comum: criar valor estratégico. Entender os principais motivos por trás dessas transações é fundamental, especialmente em setores dinâmicos como o de tecnologia, onde a inovação e a competitividade estão sempre em jogo.

Este artigo explora os dez principais motivos que levam empresas a realizar transações de M&A, trazendo exemplos reais que ilustram como essas estratégias foram decisivas em momentos chave para o mercado.

1. Ampliar portfólio: Expansão da oferta de produtos e serviços 

Uma das razões mais comuns para M&As é a expansão do portfólio de produtos ou serviços. Empresas adquirem outras para oferecer soluções complementares e agregar valor aos clientes, gerando oportunidades de vendas cruzadas (cross-sell) ou incrementais (up-sell).

Por que isso importa? Expandir a oferta permite às empresas se posicionarem como parceiros únicos para seus clientes, tornando-se indispensáveis e aumentando sua participação no mercado.

Exemplo real: A aquisição da RD Station pela Totvs é um exemplo claro. A Totvs, líder em sistemas de ERP, entrou no segmento de automação de marketing ao adquirir a RD Station. Com isso, criou uma nova unidade de negócios, ampliando sua relevância para pequenas e médias empresas.

2. Expandir fronteiras: Entrada em novos mercados com agilidade

Empresas frequentemente utilizam M&As para entrar em regiões onde ainda não possuem presença significativa. Adquirir um player local ajuda a reduzir barreiras de entrada, como custos iniciais, burocracia ou falta de conhecimento do mercado.

Por que isso importa? Entrar em novos mercados de forma orgânica pode levar anos, enquanto uma aquisição estratégica permite estabelecer operações quase instantaneamente.

Exemplo real: A aquisição da Careem pela Uber é um exemplo clássico. A Uber, buscando se consolidar no Oriente Médio, comprou a Careem para acelerar sua entrada e aproveitar a infraestrutura e a expertise local da empresa adquirida.

3. Acessar novos públicos: Alcance de clientes ainda não explorados

A expansão de mercado nem sempre é geográfica. Muitas vezes, as empresas buscam atingir novos perfis de clientes que antes estavam fora de sua base. Esse movimento complementa a estratégia de crescimento e diversifica as fontes de receita.

Por que isso importa? Ao atingir novos públicos, as empresas aumentam sua base de clientes e reduzem dependências de segmentos específicos.

Exemplo real: A compra do LinkedIn pela Microsoft reflete esse objetivo. Com a aquisição, a Microsoft integrou milhões de profissionais à sua base, criando sinergias com suas soluções corporativas, como Office e Dynamics.

4. Dominar a distribuição: Uso de canais existentes para maximizar novos produtos

Empresas com canais de distribuição estabelecidos frequentemente compram outras para integrar produtos ou serviços a esses canais, aumentando sua eficiência operacional. Esse modelo permite alavancar infraestruturas existentes para maximizar resultados.

Por que isso importa? Essa estratégia cria oportunidades de crescimento rápido, reduz custos operacionais e aumenta as margens de lucro ao explorar ativos já estabelecidos.

Exemplo real: A Amazon, ao adquirir a Whole Foods, utilizou a rede de supermercados para diversificar sua oferta e melhorar sua capacidade de distribuição de produtos frescos, além de explorar pontos de venda físicos para complementar seu domínio no e-commerce.

5. Ganhar vantagem tecnológica: Aquisição de propriedade intelectual

Empresas compram outras para obter acesso a tecnologias disruptivas, propriedade intelectual e equipes de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Isso é crucial em setores como tecnologia, onde inovação constante é um diferencial competitivo.

Por que isso importa? Em vez de investir anos em desenvolvimento interno, uma aquisição estratégica pode fornecer tecnologias prontas para o mercado.

Exemplo real: A compra da DeepMind pelo Google é um exemplo marcante. A aquisição trouxe ao Google capacidades avançadas em inteligência artificial, integradas em produtos como Google Assistant e serviços na nuvem.

6. Reforçar a marca: Fortalecimento da presença de marca com empresas renomadas

Adquirir marcas estabelecidas é uma forma poderosa de agregar valor ao portfólio de uma empresa. Marcas fortes podem atrair novos clientes, criar associações positivas e reforçar a percepção de qualidade.

Por que isso importa? Marcas consolidadas têm um valor intangível significativo, gerando confiança e lealdade instantânea.

Exemplo real: A Apple, ao adquirir a Beats, não apenas integrou uma linha de produtos desejados, mas também associou sua marca a um nome icônico no mercado de áudio premium.

7. Reduzir custos: Economias de escala como motor de competitividade

Empresas realizam M&As para otimizar custos e criar economias de escala. Ao integrar operações, é possível reduzir redundâncias, melhorar a eficiência e aumentar a margem operacional.

Por que isso importa? Em mercados onde a competição por preço é acirrada, economias de escala oferecem vantagens significativas para a sobrevivência e o crescimento.

Exemplo real: A fusão da Dell com a EMC trouxe economias de escala significativas, combinando as forças da Dell em hardware com a liderança da EMC em armazenamento de dados.

8. Criação de sinergias: Integração como alavanca para crescer mais rápido

Além das economias de escala, muitas aquisições são realizadas para gerar sinergias operacionais e financeiras. Essas sinergias podem vir da integração de equipes, tecnologias ou recursos complementares.

Por que isso importa? Sinergias bem exploradas permitem às empresas obter mais resultados com menos recursos, criando vantagens sustentáveis no mercado.

Exemplo real: A fusão entre Disney e Fox foi um movimento estratégico para integrar conteúdos complementares e expandir o catálogo da Disney+, fortalecendo sua posição no mercado de streaming.

9. Reagir à consolidação: Manutenção da competitividade

Em setores onde ocorre consolidação, empresas precisam agir rapidamente para manter a relevância. M&As ajudam a ganhar escala e proteger sua posição no mercado diante de concorrentes maiores.

Por que isso importa? Movimentos rápidos podem ser decisivos em mercados dinâmicos, onde atrasos podem significar perda de competitividade.

Exemplo real: A compra do WhatsApp pelo Facebook foi uma resposta à crescente competição em aplicativos de mensagens. Essa aquisição ajudou o Facebook a manter sua dominância no setor.

10. Equilíbrio de portfólio e transformação digital: Diversificação para redução de riscos

Empresas buscam M&As para diversificar sua atuação em novos segmentos, equilibrar receitas e reduzir a exposição a riscos setoriais. Essa estratégia é comum em mercados voláteis ou em transformação, onde mudanças tecnológicas podem rapidamente alterar dinâmicas competitivas. Muitas vezes, a diversificação também é aliada à transformação digital, com empresas adquirindo negócios que trazem tecnologias inovadoras ou capacidades digitais essenciais para se manterem relevantes.

Por que isso importa? A diversificação protege empresas contra crises setoriais, cria oportunidades para explorar novas fontes de receita e permite a incorporação de tecnologias que aceleram sua adaptação às exigências de um mercado em constante evolução.

Exemplo real: A aquisição da YouTube pelo Google é um exemplo amplamente conhecido. Ao adquirir o YouTube, o Google diversificou sua presença no setor de mídia e expandiu seu portfólio além das ferramentas de busca e publicidade. Essa movimentação não só adicionou uma plataforma líder de vídeos ao portfólio do Google, como também acelerou sua transformação digital ao integrar um modelo de negócios baseado em criação de conteúdo e streaming, consolidando sua posição no mercado global de tecnologia.

Conclusão

As fusões e aquisições são mais do que transações financeiras: elas moldam o futuro das empresas e dos setores em que atuam e podem acontecer por um ou mais motivos, que em conjunto, direcionam a percepção de valor da transação. Para empreendedores de tecnologia, entender essas razões é fundamental para identificar oportunidades e preparar suas empresas para participar de um mercado dinâmico e competitivo.

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