Era ESG: a importância da governança corporativa em M&A

Era ESG: a importância da governança corporativa em M&A

Poucas coisas são mais constantes no mundo dos negócios do que a mudança. Novos termos e práticas surgem o tempo todo e reconfiguram a forma como estamos acostumados a observar as oportunidades. Isso não é diferente quando pensamos no contexto de fusões e aquisições no Brasil e o protagonismo que o ESG (sigla em inglês para sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa) tem conquistado ao considerar uma transação.

Apesar da pauta de ESG estar mais comumente associada à demandas ambientais e sociais, é na governança que empreendedores e empreendedoras devem prestar atenção especial a partir de agora. Isso porque um dos reflexos naturais do amadurecimento do ecossistema de inovação brasileiro é o aumento do nível de exigência na administração dos negócios.

De forma bastante direta: não há oportunidades de M&A para quem não possui uma governança corporativa sólida. Mas calma, vamos conversar melhor sobre isso.

De acordo com um estudo citado no Relatório 10 Anos de Transações M&A no Brasil, produzido pela Deloitte, cerca de 60% dos entrevistados retiraram investimentos após uma avaliação negativa dos aspectos de ESG em possíveis empresas a serem adquiridas. O endurecimento desses critérios significa que falhas podem levar ao fracasso uma transação ainda no início.

Esse novo momento do mercado brasileiro, e que está se consolidando ao longo da última década, é também um reflexo do crescimento de empresas com capital aberto e que demandam padrões de governança cada vez mais altos. Nos dias de hoje, não é possível pensar em qualquer transação de fusão e aquisição sem uma análise minuciosa de cada aspecto da empresa. Ou seja, o jogo está reservado para aqueles que conhecem e respeitam todas as regras. Não há espaço para ‘jeitinho’.

Uma diligência bem feita irá analisar como está a operação daquele negócio e revelará se há riscos potenciais que devem ser mitigados, além de identificar oportunidades para melhorar o desempenho financeiro e acelerar o crescimento da empresa.

Para quem quer continuar sonhando com o melhor deal, a orientação é uma só: organize os processos e regularize o que for preciso. A partir de agora, os critérios elevados na avaliação de governança das empresas se tornarão ainda mais habituais, com análises rigorosas que acompanharão o crescimento do ecossistema. (Veja o artigo Passo-a-passo para vender sua startup: M&A Canvas)

Restam também expectativas sobre as autoridades regulatórias. Esses órgãos devem ter papel ativo no incentivo a uma governança séria e que vá além, estimulando a adoção de práticas sólidas de ESG e o cumprimento das normas e regulamentos aplicáveis. Não há dúvida: a governança corporativa é um imperativo estratégico para M&A e desempenha um papel vital no sucesso dessas transações. Mais uma vez, o futuro dos negócios pertence àqueles que compreendem a importância das mudanças e se adaptam rapidamente.

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