O processo de venda de startups no setor de tecnologia, comumente realizado através de operações de M&A (Fusões e Aquisições), é uma jornada complexa que requer uma preparação meticulosa e uma estratégia bem estruturada.
Desde o diagnóstico inicial até o fechamento da transação, cada etapa é essencial para garantir que a venda seja bem-sucedida e atenda às expectativas dos empreendedores e investidores. Este artigo oferece um guia detalhado sobre as fases críticas desse processo, ajudando a entender como vender uma startup de forma estratégica e eficiente.
A preparação para a venda de uma empresa de tecnologia começa com um diagnóstico aprofundado. Nesta fase, os assessores de M&A, juntamente com a equipe interna, realizam um levantamento completo de informações financeiras, estratégicas, de governança e contábeis, organizando todos os dados em um diretório central. Simultaneamente, é realizada uma análise do ambiente da empresa, incluindo o mapeamento do cenário competitivo, tendências do setor e benchmarks.
Com esses dados, elabora-se um business plan com visão de cinco anos, estabelecendo uma estratégia clara e um valuation bem fundamentado. Definir o valor esperado e o prazo ideal para a transação são pontos cruciais nessa fase. Além disso, uma análise detalhada dos fatores que impactam o valuation e a liquidez do negócio ajuda a alinhar as expectativas dos empreendedores ao mercado.
Após a fase preparatória, o próximo passo é a identificação e aproximação dos potenciais compradores. Um dos elementos essenciais dessa fase é a criação de um info memo, um documento abrangente que destaca os principais aspectos da empresa, incluindo seus produtos, diferenciais, situação financeira e estratégias de crescimento.
A partir daí, inicia-se o roadshow, onde os assessores de M&A fazem o primeiro contato com potenciais compradores, apresentando um teaser com informações-chave do negócio. Somente após a assinatura de um NDA (Acordo de Confidencialidade), é que o info memo completo é compartilhado.
O processo evolui até a entrega de uma proposta formal, geralmente documentada em um termo de compromisso não-vinculante, que estabelece as condições gerais da transação, como valor, formato de pagamento e metas de earn out.
Após a aceitação da proposta, a fase de diligência é iniciada. Nesta etapa, o comprador realiza uma análise detalhada da startup, revisando informações fiscais, contábeis, jurídicas e operacionais. A assessoria de M&A desempenha um papel crítico aqui, auxiliando na organização dos documentos necessários.
Concomitantemente, o contrato final, conhecido como SPA (Share Purchase Agreement), é elaborado, detalhando todos os termos da transação. Após a conclusão da diligência e a negociação final, o contrato é assinado, e a transação é formalmente divulgada ao mercado e às equipes.
Este processo estruturado maximiza as chances de sucesso em um mercado onde o early exit muitas vezes se apresenta como a rota mais viável para liquidez, especialmente no ecossistema brasileiro de startups.
Veja um infográfico ilustrativo:
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