Nos últimos anos, a América Latina se consolidou como um terreno fértil para startups escaláveis. De acordo com o LAVCA Startup Ecosystem Insights 2025, mesmo após o ajuste do mercado em 2022, os investidores de venture capital seguem ativos e seletivos na região: só no 1º semestre de 2025, 54% dos dólares investidos foram destinados a rodadas early stage, e as startups mexicanas ultrapassaram as brasileiras em volume de capital pela primeira vez em 15 anos
O estudo também destaca um pipeline robusto de novas empresas — quase 500 startups levantaram sua primeira rodada de VC nos últimos 18 meses, sendo 54% localizadas em países hispano-falantes. Esse dinamismo reforça o papel da América Latina como um espaço único para fundos globais como o SoftBank, que buscam ativos consistentes e prontos para expansão.
Eduardo Vieira reforça que o SoftBank investe em companhias que já encontraram seu modelo de negócio: receita recorrente consolidada, governança em evolução e prontidão para expansão global.
“A gente investe em empresas que já pivotaram, amadureceram e encontraram seu modelo de crescimento.” — Eduardo Vieira
Esse recorte é crucial para founders: fundos de growth como o SoftBank não querem financiar experimentos, mas sim acelerar modelos comprovados.
CMO do SoftBank Group também destacou que a Inteligência Artificial deixou de ser apenas ganho de produtividade para se tornar o motor que redefine setores inteiros. Dados da PitchBook (Q2 2025) mostram que 62% dos deals globais de software já envolvem empresas com AI embedded. No Brasil, operações recentes como TOTVS adquirindo ERPs com módulos de IA ou FCamara comprando a Avanti apontam para o mesmo caminho.
Para fundadores, o insight é claro: IA não pode ser só buzzword; ela precisa estar integrada ao core product para gerar valuation premium e fit com fundos globais.
Segundo Eduardo, a América Latina oferece assimetria de informação e oportunidades que fundos globais valorizam: penetração digital acelerada, mercados fragmentados e falta de consolidação em setores-chave (como saúde, educação, ERP). A própria movimentação do Mercado Livre — sondando aquisições para ingressar no mercado farmacêutico de R$200 bilhões/ano (IQVIA, 2025) — ilustra esse potencial.
Essa leitura reforça a importância do preparo defendido pela Questum: planejar M&A e rodadas secundárias cedo permite que founders capturem o momento de maior apetite dos compradores.
Para atrair fundos globais, os empreendedores precisam:
Estudos do Questum M&A Deals Report H1 2025 mostram que empresas com governança madura alcançam múltiplos 20–35% superiores no momento da venda.
Os dados do LAVCA Startup Ecosystem Insights 2025 e do estudo Founder Liquidity in Brazil (Endeavor) indicam um movimento claro: há muito capital disponível na América Latina, mas ele se tornou mais seletivo. Fundos globais — entre eles o SoftBank — priorizam empresas que já comprovaram seu modelo, possuem governança sólida e estão preparadas para expandir.
As métricas dão substância a esse cenário: 54% dos dólares de VC na região foram para rodadas early stage no 1º semestre de 2025, quase 500 startups levantaram sua primeira rodada nos últimos 18 meses, e fundadores brasileiros recorrem a vendas secundárias em média aos 8,4 anos de vida das empresas, bem antes do que um IPO típico (17,2 anos) (Endeavor, 2025).
Para quem constrói uma startup, o recado é direto: o capital de growth não financia experimentos, mas sim consistência e preparação para liquidez. Investir em governança desde cedo, manter um cap table saudável e incorporar tecnologia estratégica — como IA — ao core do negócio aumenta não apenas as chances de captar fundos globais, mas também de negociar um exit estratégico no timing ideal.