O 16º episódio de Better Deals contou com a presença de Vinicius Bandeira de Mello, Head de M&A e Corporate Development do Banco BS2. Vinicius é um profissional de investimentos com 13 anos de experiência em Private Equity, Venture Capital e M&A.
O Banco BS2 é um banco digital para empresas, que oferece serviços financeiros em crédito, cash management, câmbio, soluções de pagamentos e seguros. Em 2023, lançou uma área dedicada ao banking as a service.
Inaugurou também sua atuação no agronegócio brasileiro com a abertura de uma plataforma comercial no Centro-Oeste, com sede em Goiânia, e gerentes alocados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para atender a região. Hoje, além de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Goiânia, conta com escritórios em Curitiba, Caxias do Sul e Israel.
A estratégia de M&A do banco BS2 foi desenvolvida como parte de um plano estratégico de cinco anos para preparar a instituição para um IPO em 2027. Reconhecendo a limitação do crescimento orgânico para atingir esse objetivo em um curto prazo, o banco estruturou em 2023 uma área de M&A e Corporate Development (Corp Dev) com foco em acelerar o crescimento inorgânico. Essa área contempla uma agenda abrangente que inclui fusões e aquisições, parcerias estratégicas, joint ventures e soluções para redirecionar ativos fora do core business. Além disso, foi criado um fundo de Corporate Venture Capital (CVC) para impulsionar investimentos em tecnologia e inovação, um diferencial no mercado financeiro.
Com essas iniciativas, o BS2 busca ampliar sua capacidade de atingir o porte necessário para justificar seu IPO, combinando aquisições estratégicas e inovação com o crescimento orgânico. A abordagem ativa da área de M&A reforça a visão de longo prazo do banco, garantindo alinhamento entre as oportunidades captadas e a necessidade de resultados robustos e sustentáveis até 2027.
A estratégia de M&A do banco BS2 foca em negócios com alta sinergia com seu core business, que é atender empresas diretamente ou fornecer soluções de infraestrutura tecnológica bancária. Seus produtos principais — crédito, pagamentos, câmbio e seguros — são centrais na proposta de valor, enquanto a verticalização, definida como a ampliação do alcance aos clientes finais, se destaca como a principal tese de aquisição. O objetivo é expandir a base de clientes e acessar novos canais, especialmente em mercados onde o banco atualmente opera por meio de intermediários, como facilitadores de pagamentos (PSPs).
A verticalização no segmento de pagamentos exemplifica essa abordagem, buscando desintermediar ou colaborar com players intermediários para alcançar o cliente final em mercados específicos.
A estratégia também prioriza a expansão em mercados digitais, com foco no e-commerce e em subadquirentes, visando maior acesso direto aos clientes finais. A preferência está no digital, por sua escalabilidade e eficiência, mas o banco também considera oportunidades híbridas e físicas, alinhadas à sua proposta de atender empresas de diferentes perfis.
Além do e-commerce, outras áreas como crédito e câmbio são vistas como oportunidades de verticalização indireta, utilizando recursos do banco para acelerar o crescimento de carteiras e consolidar parcerias estratégicas.
No setor de pagamentos, a integração recente da Adiq reforça a capacidade do BS2 de atender subadquirentes e operar em mercados físicos e digitais. Apesar do foco em operações digitais, o banco mantém sua visão de servir empresas de qualquer estágio de digitalização, preservando flexibilidade para atender mercados ainda tradicionais.
Os principais critérios do BS2 ao considerar uma empresa para aquisição incluem sinergia com suas verticais estratégicas, maturidade operacional e rentabilidade. O objetivo é buscar negócios que agreguem valor de forma rápida e sustentável, especialmente em setores alinhados às suas teses de verticalização, como pagamentos, crédito e câmbio. As empresas-alvo devem estar estabelecidas, operando em modelos "plug and play", e prontas para gerar sinergias no curto prazo. Para transações minoritárias, o banco exige estruturas que garantam preferência para controle futuro, assegurando alinhamento estratégico e mitigando riscos.
No contexto de Corporate Venture Capital (CVC), o foco é diferente: voltado para negócios disruptivos com impacto de médio a longo prazo. Essas startups, ainda em fases iniciais como seed ou séries A, são avaliadas por seu potencial de inovação e alinhamento estratégico, mesmo sem resultados imediatos. Aqui, o BS2 adota uma abordagem mais flexível e menos restritiva para atrair empreendedores de qualidade, priorizando pacotes de governança leves e participações minoritárias, sem impor cláusulas rígidas que possam comprometer o crescimento da investida.
Em todas as iniciativas, o banco enfatiza a importância de boas equipes de gestão e founders comprometidos.
Para iniciar um processo de negociação ou busca por investidores, é fundamental que o empreendedor esteja organizado e com informações estruturadas, como dados financeiros e operacionais. Essa organização transmite confiança ao investidor, agiliza a absorção das informações e evita desconfianças ou atrasos. Além disso, é essencial que o empreendedor tenha clareza sobre o tipo de transação que deseja, esteja certo de sua decisão de buscar um sócio e mantenha flexibilidade para eventuais adaptações ao longo do processo.
Outro ponto crucial é o conhecimento profundo do negócio, incluindo variáveis, riscos e objetivos de longo prazo. Mudanças frequentes e radicais na visão de longo prazo podem gerar desconfiança nos investidores, pois demonstram falta de foco. Um time preparado também é um diferencial, mesmo que o capital buscado seja destinado à estruturação da equipe. Por fim, o empreendedor deve manter um propósito claro e consistente, adaptando estratégias conforme necessário, mas evitando mudanças drásticas que comprometam a confiança no projeto.