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Insights da entrevista com Vinicius Bandeira de Mello, do Banco BS2 para o podcast Better Deals

Escrito por Anderson Wustro | Nov 27, 2024 5:18:25 PM

O 16º episódio de Better Deals contou com a presença de Vinicius Bandeira de Mello, Head de M&A e Corporate Development do Banco BS2. Vinicius é um profissional de investimentos com 13 anos de experiência em Private Equity, Venture Capital e M&A.

 

O Banco BS2 é um banco digital para empresas, que oferece serviços financeiros em crédito, cash management, câmbio, soluções de pagamentos e seguros. Em 2023, lançou uma área dedicada ao banking as a service.

Inaugurou também sua atuação no agronegócio brasileiro com a abertura de uma plataforma comercial no Centro-Oeste, com sede em Goiânia, e gerentes alocados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para atender a região. Hoje, além de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Goiânia, conta com escritórios em Curitiba, Caxias do Sul e Israel.

Crescimento inorgânico no Banco BS2

A estratégia de M&A do banco BS2 foi desenvolvida como parte de um plano estratégico de cinco anos para preparar a instituição para um IPO em 2027. Reconhecendo a limitação do crescimento orgânico para atingir esse objetivo em um curto prazo, o banco estruturou em 2023 uma área de M&A e Corporate Development (Corp Dev) com foco em acelerar o crescimento inorgânico. Essa área contempla uma agenda abrangente que inclui fusões e aquisições, parcerias estratégicas, joint ventures e soluções para redirecionar ativos fora do core business. Além disso, foi criado um fundo de Corporate Venture Capital (CVC) para impulsionar investimentos em tecnologia e inovação, um diferencial no mercado financeiro.

Com essas iniciativas, o BS2 busca ampliar sua capacidade de atingir o porte necessário para justificar seu IPO, combinando aquisições estratégicas e inovação com o crescimento orgânico. A abordagem ativa da área de M&A reforça a visão de longo prazo do banco, garantindo alinhamento entre as oportunidades captadas e a necessidade de resultados robustos e sustentáveis até 2027.

Estratégia de M&A do Banco BS2: mercados foco

A estratégia de M&A do banco BS2 foca em negócios com alta sinergia com seu core business, que é atender empresas diretamente ou fornecer soluções de infraestrutura tecnológica bancária. Seus produtos principais — crédito, pagamentos, câmbio e seguros — são centrais na proposta de valor, enquanto a verticalização, definida como a ampliação do alcance aos clientes finais, se destaca como a principal tese de aquisição. O objetivo é expandir a base de clientes e acessar novos canais, especialmente em mercados onde o banco atualmente opera por meio de intermediários, como facilitadores de pagamentos (PSPs).

A verticalização no segmento de pagamentos exemplifica essa abordagem, buscando desintermediar ou colaborar com players intermediários para alcançar o cliente final em mercados específicos. 

A estratégia também prioriza a expansão em mercados digitais, com foco no e-commerce e em subadquirentes, visando maior acesso direto aos clientes finais. A preferência está no digital, por sua escalabilidade e eficiência, mas o banco também considera oportunidades híbridas e físicas, alinhadas à sua proposta de atender empresas de diferentes perfis.

Além do e-commerce, outras áreas como crédito e câmbio são vistas como oportunidades de verticalização indireta, utilizando recursos do banco para acelerar o crescimento de carteiras e consolidar parcerias estratégicas. 

No setor de pagamentos, a integração recente da Adiq reforça a capacidade do BS2 de atender subadquirentes e operar em mercados físicos e digitais. Apesar do foco em operações digitais, o banco mantém sua visão de servir empresas de qualquer estágio de digitalização, preservando flexibilidade para atender mercados ainda tradicionais.

O que buscam nas empresas selecionadas

Os principais critérios do BS2 ao considerar uma empresa para aquisição incluem sinergia com suas verticais estratégicas, maturidade operacional e rentabilidade. O objetivo é buscar negócios que agreguem valor de forma rápida e sustentável, especialmente em setores alinhados às suas teses de verticalização, como pagamentos, crédito e câmbio. As empresas-alvo devem estar estabelecidas, operando em modelos "plug and play", e prontas para gerar sinergias no curto prazo. Para transações minoritárias, o banco exige estruturas que garantam preferência para controle futuro, assegurando alinhamento estratégico e mitigando riscos.

No contexto de Corporate Venture Capital (CVC), o foco é diferente: voltado para negócios disruptivos com impacto de médio a longo prazo. Essas startups, ainda em fases iniciais como seed ou séries A, são avaliadas por seu potencial de inovação e alinhamento estratégico, mesmo sem resultados imediatos. Aqui, o BS2 adota uma abordagem mais flexível e menos restritiva para atrair empreendedores de qualidade, priorizando pacotes de governança leves e participações minoritárias, sem impor cláusulas rígidas que possam comprometer o crescimento da investida. 

Em todas as iniciativas, o banco enfatiza a importância de boas equipes de gestão e founders comprometidos.

Conselhos de Vinicius de Mello

Para iniciar um processo de negociação ou busca por investidores, é fundamental que o empreendedor esteja organizado e com informações estruturadas, como dados financeiros e operacionais. Essa organização transmite confiança ao investidor, agiliza a absorção das informações e evita desconfianças ou atrasos. Além disso, é essencial que o empreendedor tenha clareza sobre o tipo de transação que deseja, esteja certo de sua decisão de buscar um sócio e mantenha flexibilidade para eventuais adaptações ao longo do processo.

Outro ponto crucial é o conhecimento profundo do negócio, incluindo variáveis, riscos e objetivos de longo prazo. Mudanças frequentes e radicais na visão de longo prazo podem gerar desconfiança nos investidores, pois demonstram falta de foco. Um time preparado também é um diferencial, mesmo que o capital buscado seja destinado à estruturação da equipe. Por fim, o empreendedor deve manter um propósito claro e consistente, adaptando estratégias conforme necessário, mas evitando mudanças drásticas que comprometam a confiança no projeto.