Apesar de ser um tema amplamente discutido, são poucas as pessoas que conseguem definir de forma sucinta o que é uma startup. De fato, há diversas definições que, via de regra, giram em torno de conceitos como risco, incerteza, retorno exponencial. Contudo, dentre as diversas definições possíveis, uma que me agrada bastante é aquela trazida por Reid Hoffman: "começar uma startup é como se jogar do precipício e montar o avião em meio à queda" (tradução livre).
Não pretendo entrar na discussão acerca do conceito de blitzscaling. O que me chama atenção na definição dada pelo fundador do Linkedin é que ela consegue ao mesmo tempo, trazer os conceitos de risco e incerteza, bem como, ainda que nas entrelinhas, a necessidade de se obter métricas para um voo seguro. Uma das imagens mais emblemáticas quando se pensa num avião é justamente a imagem da cabine do piloto, com uma enormidade de instrumentos e medidores, cada um com sua relevância para garantir a segurança da jornada. E é sobre esse tema que eu gostaria de aprofundar hoje: métricas e indicadores para sua startup. Mais especificamente métricas e indicadores que nos revelam o quão eficaz é a máquina que estamos operando.
Métricas e indicadores são valores quantitativos mensuráveis utilizados por gestores, empreendedores, investidores e executivos para avaliar e acompanhar o desempenho e os resultados de projetos e/ou empresas.
Diferentes gestores deverão avaliar indicadores e métricas específicas, relacionadas às suas respectivas áreas de atuação, de modo a avaliar o desempenho de suas equipes e seus projetos. Por exemplo, líderes da área de marketing e comercial deverão avaliar métricas de desempenho de campanhas a ações de divulgação, bem como indicadores que permitam avaliar como os leads gerados estão sendo convertidos em novos clientes, prazos do ciclo comercial, entre outros.
Além disso, é usual que, para cada estágio da sua empresa, você esteja mais ou menos atento a um ou outro indicador. Como o próprio Reid Hoffman afirma, conforme a startup se desenvolve, você precisa escolher quais incêndios apagar. Na verdade, o autor fala de "deixar os incêndios queimarem", no sentido de que você tem de se concentrar naqueles incêndios que trazem real risco e podem destruir toda a empresa. E é aí que entra a importância de ter sob seu controle métricas e indicadores corretos e adequados para cada estágio da sua empresa.
A Figura 1 acima traz a visão descrita em Blitzscaling acerca de como se dá a evolução de diferentes estágios de uma startup desde Família, quando todos os colaboradores se conhecem muito bem, compartilham muitas das decisões importantes e certamente possuem mais de uma atribuição cada. Na medida em que a startup se desenvolve, o número de funcionários cresce, aumentando a complexidade da gestão e trazendo a necessidade de processos e regras para garantir que o norte que foi definido pelas pessoas que estão no comando seja atingido. Naturalmente, os indicadores para uma startup que se encaixa na fase da Família ou Tribo tendem a não se adequar para aquelas que se enquadram como Cidade ou Nação. Ou mais: certamente algumas métricas e indicadores destas últimas poderiam sobrecarregar os fundadores que se encontram nos estágios de Família ou Tribo.
Dentre os conjuntos de métricas e indicadores mais usuais estão os indicadores financeiros e os indicadores operacionais. Os indicadores financeiros são aqueles que medem caixa (combustível), queima de caixa (consumo) e runway (autonomia). Geralmente esse conjunto de indicadores são universais, independente do setor, estágio ou modelo de negócios da startup.
Os indicadores operacionais, por sua vez, podem variar bastante de acordo com o estágio, modelo de negócios e até mesmo setor da startup. A seguir, trago uma breve descrição de alguns destes indicadores para ilustrar:
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